terça-feira, 28 de junho de 2011

MITOS E MITOLOGIA CELTA Dicionário da Mitologia Celta part 2




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GOBANNON - Deus do fogo, espécie V. Gavannotz.
GOIBNIU -V. Cessa ir.
GOV ANNON -Govannon é nome bretão; a forma irlandesa é Goibniu e significa "ferreiro". Este deus é o Vulcano das tribos celtas insulares; fornece armas aos membros do clã e aos aliados. Forjou a cervilheira que conferia a imortalidade. Consideram-no, na Irlanda, o arquitecto das altas torres redondas c: das primeiras igrejas cristãs.
GRAINNl? -Filha de Cormac e esposa de Fionn ou Finn mac Cumhail; abandonou o esposo seduzida pelo jovem e bri­lhante Diarmaid. -V. Fionn.
GWYDION -Deus civilizador, dispensador dos benefícios e propagador das artes. Suas aventuras lembram as de Odin (Wotan-Woden), deus teutônico. Nasceu misteriosamente de pais mal conhecidos; ilustrou-se na eloqüência, na magia e na arte dos combates: foi temível guerreiro. Quando Gwydion perdeu seus filhos, pôs-se a criar seres humanos, dando vida a vegetais. Seu culto floresceu, sobretudo, no país de Gales.
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ICAUNO -Deus tutelar de Yonne.
INDECH -Filho da deusa Domnu; foi morto por Ogma.
ITH -Divindade do Reino dos Mortos. Junto com Bilé desembarcou na Irlanda e pôs fim ao poder dos Dê Danann.
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LEABHAR GABHALA –“Livro das Invasões" ou "Livro das Conquistas", obra onde vêm relatadas as origens lendárias da Irlanda. Nessa obra há narrações mitológicas dos celtas de mistura com acontecimentos históricos e factos de evemerismo cristianizado.
LLEU.- Lleu, identificado com o deus irlandês Lugh ou Lug, é divIndade benfazeja. Quase nada sabemos desse antigo deus. — V. Lug.
LLUD - Llud ou Niidd ou Nuada (irlandês), filho de Dôn; é chamado HMão de Prata". Nessa divindade encontram-se tra­ços do Júpiter romano, o que nos faz crer tenha ela sofrido o sincretismo comum a outras divindades. Llud deu seu nome à sua cidade favorita, Caer Llud, que logo se tornou London (Lon­dres); a colina de Ludgate, em Londres, outra coisa não seria que o seu túmulo; a catedral de São Paulo, que a coroa, ocupou o lugar onde se erguia um templo dedicado a este deus.
LLYR - Llyr é nome gaulês; conhecido, também, por Ler, designa o Oceano. Seu sobrenome Llediaith (" Meia-língua") deixa entrever que se compreende maIo que diz.
Geoffroi de Monmouth, nas suas Crônicas, o assimila a um antigo rei da Grã-Bretanha; e, pela adjunção de minúcias sem dúvida pertencentes a fatos históricos, humanizou-se de tal modo que veio a dar o Rei Lear de Sbakespeare.
Uyr, deus marinho, teve dois filhos, Bron e Manannân, ambos mais famosos que o pai.
LUG - Deus irlandês, também conhecido por Lugh, chamado Lâhm-fhâda, HMão Longa"; era deus benéfico. A irradiação do seu semblante era tal que nenhum mortal podia olhar para o seu rosto. Era o senhor absoluto das artes, tanto das d.e paz como das de guerra; davam-lhe o apelido Samhildânach, que poderíamos traduzir pelo grego “politécnico”; ganhou fama como ferreiro, carpinteiro, poeta, harpista, campeão, historiador e feiti­ceiro. Encarnava todas as actividades da tribo. Lug possufa uma lança mágica que sozinha e por si mesma ia ferir o inimigo quando o deus era ameaçado; seu arco era o Arco-1ris; na Irlanda chamavam .( e em alguns lugares ainda usam a designação) a Via-Láctea de "Cadeia de Lug".
LUXÓVIO -Deus tutelar das águas de Luxeuil; sua compa­nheira era Bricta.
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MANANNAN -Filho de Llyr; em gaulês seu nome era Mana­wydan ab Llyr, conhecido como bravo agricultor e hábil sapa­teiro; às vezes entra em luta com divindades estrangeiras ou com as divindades benéficas; construiu, com ossos humanos, a fortaleza de Annoeth (península de Gower).
O Manannân mac Llyr, irlandês, era um mágico temível; usa­va um capacete chamejante e sua couraça era invulnerável; sua espada matava logo ao primeiro golpe, e possuía uma manto que o tornava invisível; na terra, seu veloz ginete fendia os ares com a rapidez do raio, e no mar, a barca que o copduzia vogava sem velas e sem remos para onde ele quisesse. Os mari­nheiros o invocavam sob o título de "Senhor dos Cabos" e os mercadores pretendem que ele tenha fundado a sua corporação. Foi rei de Man, ilha, onde o seu túmulo gigantesco ainda hoje se pode ver, perto do castelo de Peel. Parece que tinha três pernas, fato testemunhado pelas armas da ilha que ostentam as três pernas dispostas como os raios de uma roda. Chamavam-no, também, Barr-Find, "Cabeça Branca"; tornou-se o piloto Barin que conduziu o Rei Artur para Avallon.
MANANNAN MAC LLYR -V. o verbete anterior.
MEDB -Medb, que se pronunciava, Meve, é a pérfida rainha que aparece no ciclo heróico de Ulster, Cuchulainn; Shakespeare transformou-a na Rainha Mab, que aparece em Romeu e Julieta (I, IV, 615):

Pelo que vejo, foste visitado

Pela Rainha Mab. Ela é parteira
Entre as fadas; e é tão pequenina
Como a ágata do anel que os conselheiros..."
O nome Mab, em welsh, significa "criança"; Beaufort men­ciona a “Rainha Mag” como a rainha das fadas Irlandesas. ­— V. Cuchulainn.
MENIR - Bloco de pedra mais alto que largo, assemelhan­do-se às vezes a um obelisco, não(} talhado, plantado no solo. Acredita-se que a erecção desses monumentos atendia a fins religiosos, ainda que não esteja afastada a hipótese de sua destinação ser funerária ou simplesmente comemorativa. Os menires abun­dam no solo francês, sobretudo na Bretanha; há também meni­res no oeste da Inglaterra, na Irlanda e ao longo do litoral oeste da Europa. Encontraram-se outros na Africa e na Asia. Os menires em círculo têm o nome de cromlechs. Deriva a palavra de men, "pedra" e hir "comprida", vocábulos celtas..
MORRIGU -Morrigu ou Morrigan (irlandês), "Rainha dos Fantasmas", era deusa da Guerra. Aparocia sob aspecto apavo­rante aos guerreiros e participava dos combates; não raro se manifestava aos guerreiros antes de' estes partirem para a luta, onde seriam vencidos ou vencedores. Outras divindades sangui­nárias e cruéis do panteão celta, na realidade, par()'ce que são apenas encamações desta famosa Morrigu: Badb, que se mani­festava sob a figura de uma gralha; Macha, palavra que signi­fica "batalha" e Nemain, "pânico" ou, melhor, "terror'.
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NANTOSUELTA -Gênio ou divindade feminina, ligada ao deus Sucelo. Seu nome deriva de nanto, "vale". NEMAUSUS -Deus tutelar da cidade de Nimes e génio da fonte que abastecia essa cidade.
NEMETONA -Deusa guerreira, espécie de Belona, da qual nada se sabe.
NIAMH -Niamh (pronuncia-se Nieve) era uma deusa-fada, filha de Manannân, que aparece no ciclo de Ossian; levou o he­rói para o paraíso.
NUADA -Rei dos Tuatha Dê Danann. No combate corta­ram-lhe a mão e ele a substituiu por uma de prata, donde o nome: "com a mão de prata". Por causa dessa mutilação foi obrigado a abdicar em favor de Bres; mas este, mais tarde, também abdicou, e Nuada, novamente, subiu ao trono, pois sua mão lhe foi restituída graças às habilidades de Miach, célebre feiticeiro filho de Diancecht, o qual, por causa dessa operação, foi morto pelo pai, invejoso da sua perícia.
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OENGUS - Filho de Dagda. ~ o deus Cupido (deus do Amor) irlandês, irmão de Brigit. Os beijos de Oengus transfor­mavam-se em pássaros que modulavam cantos amorosos; qual outro Orfeu, quando tocava música, arrastava pós si todos aqueles que a ouviam.
OGMA - Guerreiro que matou Indech.
ÓGMIOS - O retor grego Luciano, no século 11 da nossa  era, dedicou um pequeno tratado "ao deus celta chamado Ógmios". Diz ter visto a referida divindade representada sob os traços de um ancião cheio de rugas e quase calvo, vestido com pele de leão e munido duma formidável maça; por causa destes atributos, identificou-o com Hércules (Héracles em grego). Mas o poder desse Hércules celta não está no vigor físico, mas sim na eloquência; de fato, representam-no com cadeias que ligam sua língua às orelhas dos que o ouvem.
Parece que o deus Ógmios (não sabemos qual a forma exata celta deste nome) foi um herói civilizador, deus da eloqüência e dos discursos persuasivos; na mitologia irlandesa transfor­mou-se no campeão Ogma (seria este seu nome primitivo, antes de ser grecizado?), cuja espada, no curso da batalha de Mag Tured narra as façanhas que levou a cabo; é o inventor dos caracteres ogâmicos (escrita dos antigos povos gaélicos e escan­dinavos, principalmente do alfabeto dos irlandeses; constava de linhas verticais ou oblíquas, acima ou abaixo da linha, ou simples­mente cortando-a) e presidia, já como deus, à eloqüência; acredi­ta-se, pois, que Ógmios seja um avatar de um deus essencial­mente celta. Já os antigos romanos notavam o gosto que tinham os celtas pelos belos e bons discursos.
OSSIAN - Filho de Finn, Ossian é a 'figura mais importante do chamado ciclo feniano ou de Ossian. Mas sua importância cresce de modo na série de baladas pós-fenianas, nas quais as façanhas de seu pai são relatadas em forma de diálogo entre Ossian e São Patrício, padroeiro cristão da Irlanda.
Quando foi da derrota de Gabhra, Ossian escapou graças à deusa-fada Niamh (q. v,), que o conduziu na sua barca de vidro para Tir na n-Og, o paraíso céltico. Ossian aí passou 300 anos de deliciosa juventude, enquanto o mundo e os reinos mudavam e se sucediam. No fim desse tempo, saudoso do seu país natal, dos parentes e das coisas humanas, quis retomar à face da terra. Niarnh lhe confia a montaria mágica que ela mesma usava, reco­mendando-Ihe insistentemente que não pusesse o pé em terra; mas a correia rompe-se, a sela desliza e Ossian cai por terra; quando se ergue, custosamente, é um ancião cego e fraco.
As pretendidas composições de Ossian gozaram de favor extraordinário no fim do século XVIII e nos começos do XIX. Ainda que fundadas em boas tradições gaélicas e imitadas de diversas narrações em prosa devidas a autores desconhecidos, as Poesias traduzidas de Ossian, filho de Fingal (aparecidas de 1760 a 1763), jamais foram traduções, mas sim obras originais do pseudotradutor, o escocês James Macpherson. Suscitaram o entusiasmo de almas sensíveis e a ac;imiração dos mais ilustres escritores românticos: Goethe, Herder, Mme de Stael, Chateau­bríand, Byron, Lamartine. ..Napoleão lia e relia Ossian. Mesmo quando começou a se duvidar da origem das poesias de Ossian, não perderam de todo o valor. O introdutor do Romantismo no Brasil, José Bonifácio (e não Domingos de Magalhães), lia sem­pre com renovado prazer as poesias de Ossian.
Mas os nomes primitivos, nessas poesias, estão desfigurados, e tomaram consonâncias poéticas, a fim de corresponder aos "anseios da época romântica": Finn tornou-se Fingal, Conor trans­forma-se em Caibar, Deidré em Darthula, Conlaoch em Carthon, Cuchulainn em Clessamor, Aiffé em Moina...
PARTHOLON -Príncipe que veio da Grécia e colonizou a Irlanda.
PWYLL - nome gaulês. Esta divindade é aliada dos filhos de Llyr na sua luta contra os filhos de Don. Casou-se com Rhlannon (H Grande Rainha H) e teve um filho, Pryderi, que o sucedeu enquanto reinava em Annwfn (o Além bretão). Pwyll partilhou seu trono no Reino das Sombras com Manawydan ab Llyr.
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SETANTA - Nome primitivo de Cuchulainn, (q. v.). SIDI -Sidi ou Aes Side, "Os habitantes da colina", era um antigo nome irlandês para designar os deuses. Sideoga, diminu­tivo de Sidi, é o nome moderno das fadas.
SIRONA - Deusa de natureza astral.
SMÉRTRIOS - Deus gaulês que foi assimilado pelos roma­nos a Hércules. Smértrios aparece no monumento dos nautas parisienses combatendo com a serpente; é tudo o que dele sa­bemos.
SUALTAM - Pai putativo de Cuchulainn. Era um famoso profeta
SUCELOS -"Aquele que bate fortemente", divindade que figura em vários monumentos, sob o aspecto de homem cabe­ludo e barbudo, vestido com amplo manto apertado na cintura e brandindo um malho oU martelo; seu outro atributo era um vaso para beber. Este mesmo deus, na Gália narbonense, se chamava Silvano, que é um deus típico dos romanos (de silva, "floresta") e que presidia à vegetação em geral e às florestas e bosques. Sucelos andava associado à deusa Nantosuelta, deusa puramente céltica.
A assimilação de Sucelos a Silvano é um dos casos mais típicos da fusão religiosa galo-romana..
Na região de Salzbach, Sucelos estava associado à deusa Aeracura (nome que parece não ser gaulês), representada com um corno da abundância (Cornucópia) e com um cesto cheio de frutos.
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TÁRANIS - Táranis, em irlandês Torann, "Aquele que Troveja, era o deus do Trovão, do Raio e da Tempestade. Corres­pondia ao Júpiter latino. É só o que dele sabemos.
TEUTATES -Como seu nome indica, teuta, em gaulês touta e em irlandês tuath, "tribo" ou "povo", era, ao menos no início, "deus da tribo", divindade tribal de amplos poderes. Era o deus principal dos cel.tas. Outra hipótese pretende que Teutates não é nome próprio individual mas um título ou nome genérico, como, por exemplo, o de faraó, aplicado aos reis do Egito; efeti-: vamente, em inscrições lê-se: Marti Toutati, "ao Marte-Toutates (ou Teutates)"; seria, nesse caso, um deus gaulês paralelo ao Marte romano, isto é, deus da guerra ou divindade guerreira. Parece que cada tribo gaulesa tinha o seu próprio "Teutates", adorado de modo diverso e com denominação diferente: Albiorix, "Rei do Mundo" (?), Caturix. "Rei dos combates". Lucetius, Aquele que brilha" (essa palavra é genuinamente latina, de lux, lucis, Hluz"), Rigisamos, "Muito real"...
Todas essas designações são muito imprecisas, pois, na maio­ria dos casos, trata-se de nomes latinos.
TOUTIORIX (ou Tutiorix) -Nome de Apolo. Parece que a palavra significa "Rei Protetor"; .estava associado a Sirona, deusa de natureza astral. Não sabemos qual a forma primitiva do nome desse deus nem o seu caráter particular. É provável que seja o mesmo Borvo (Bormo ou Bormanus) ou Belenos: "Aquele que Brilha".
TRICÉFALO - "Três Cabeças", nome que os mitológicos dão à figura que aparece em 32 efígies recolhidas, principalmente, no nordeste da Gália.
Tricéfalo é uma personagem com três cabeças ou com três rostos. Numa .estela encontrada em La Malmaison, perto de Reims, o Tricéfalo domina o par divino formado por Mercúrio e Rosmerta.
Explicam alguns mitólogos, com fundadas razões, que essa personagem seja apenas uma representação do deus que os roma­nos identificaram ao seu Mercúrio e do qual nada sabemos; a multiplicação das cabeças seria o meio prático de aumentar o poder da representação divina: é o princípio da "repetição de intensidade". Com efeito, vários deuses diferentes são às vezes dotados de três cabeças pelos artistas gauleses; não raro tripli­cavam a própria pessoa divina, como é o caso das Matres, deusas mães célticas, comumente anónimas, comumente adoradas com Domes estritamente locais ou regionais; este carácter anónimo e este gosto pela "trindade" fazem parte, parece, de antigos con­ceitos da velha religião celta, da qual nada sabemos.

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 VOSEGO - Deus tutelar dos Vosges.
 (Fonte: Autoria::”Dicionario de mitologia”, de Tassilo Orpheu Spalding)

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